Wednesday, April 23, 2014

FAIR COST HEALTH CARE


SAÚDE FAIR COST

Qualidade & Acessível


SEIS MEDIDAS SIMPLES PARA UMA
SAÚDE FAIR COST


1.   Menos barreiras à entrada de novas empresas nas indústrias da saúde
2.   Concorrência baseada na criação de valor
3.   Gestão de casos clínicos – Case Management
4.   Gestão de Projectos
5.   Consciencialização do impacto ambiental dos medicamentos e dos perigos da polimedicação
6.   Aconselhamento farmacoterapêutico


         SAÚDE  FAIR COST

Os europeus exigem acesso universal aos serviços de saúde e consideram esta protecção um direito humano. O aumento dos custos e as limitações orçamentais, contudo, ameaçam este verdadeiro SONHO EUROPEU.

A “sustentabilidade” tornou-se numa palavra mágica, na UE e nos EUA, mas sem mudanças radicais pode ser impossível de alcançar.

A iniciativa SAÚDE FAIR COST é um projecto para baixar os custos da saúde, na Europa, ao mesmo tempo que se garantem os mais elevados padrões de qualidade. Baseia-se na INOVAÇÃO, na GESTÃO DE PROJECTOS e na PROTECÇÃO AMBIENTAL.

INOVAÇÃO

O sector da saúde é altamente inovador. As novas tecnologias, porém, têm aumentado os custos globais em vez de os reduzirem (1). Este fenómeno pode estar a ocorrer porque as novas tecnologias introduzidas na saúde se têm dirigido a manter o actual sistema e não a “disrompê-lo”.
As inovações “disruptivas” (1) são inovações que simplificam e diminuem os custos . A iniciativa SAÚDE FAIR COST foca-se apenas neste último tipo de inovações.

GESTÃO DE PROJECTOS

Os serviços de saúde são projectos. Devido às suas características únicas, os serviços de saúde não podem ser produzidos, com eficácia, nem em massa nem em lotes. Têm de ser produzidos como projectos (2). A adopção da produção por projectos, na saúde, por corresponder à natureza dos serviços que os doentes procuram, tem um potencial enorme para diminuir os custos e melhorar a qualidade do “output”. A adopção da produção por projectos constitui uma inovação disruptiva.


PROTECÇÃO AMBIENTAL

Uma vida saudável depende de um ambiente saudável. Infelizmente, o excesso de consumo de medicamentos está a prejudicar o ambiente e a contribuir para a uma escalada desnecessária dos custos com a saúde. Uma monitorização mais perfeita do consumo de medicamentos, na UE, seria uma atitude ecologicamente responsável, que melhoraria a qualidade de vida e diminuiria custos.


INOVAÇÃO


As inovações disruptivas, as que rompem com o status quo, raramente surgem dentro das organização que já estão estabelecidas. As organizações estabelecidas tendem a repelir as tecnologias e os modelos de negócio que não se encaixam no seu ADN. Isto é especialmente verdade nas organizações maiores e mais centralizadas, o paradigma predominante na saúde.

O Full Cost não inventou o Low Cost. Foi o Low Cost que “disrompeu” os produtos e serviços do Full Cost. Nesta medida, é muito pouco provável que inovações disruptivas, com potencial para reduzirem significativamente os custos da saúde, surjam no contexto actual. É necessário criarmos oportunidades competitivas para novas empresas, públicas e privadas. Oportunidades para fornecerem produtos e serviços de saúde de elevada qualidade a mais baixo custo. Serviços que não sacrifiquem o conforto (Low Cost), mas que reduzam os custos através da inovação (Fair cost).

Estamos na altura certa para extrairmos todo o enorme potencial da inovação, por três razões fundamentais:

1.    A medicina está a tornar-se mais precisa
2.    As tecnologias da informação evoluíram
3.    A gestão registou avanços significativos

Novas entidades (empresas ou quaisquer outras organizações) que aproveitem destes avanços podem desenvolver ofertas revolucionárias que abram caminho à SAÚDE FAIR COST.

Políticas que facilitem o aparecimento destas entidades podem baixar os custos da saúde. Medidas importantes incluiriam:

1.    Eliminação de barreiras à entrada
2.    Concorrência baseada na criação de valor



Eliminação de barreiras:
Sugerimos a abolição de todos os custos administrativos com licenças,  agências de regulação, associações profissionais, alvarás, etc., para novas empresas de saúde, na UE, por um período de três anos.

Concorrência baseada na criação de valor:
Sugerimos a obrigatoriedade de publicar e divulgar os resultados obtidos pelos prestadores de cuidados de saúde, na UE, para realinhar a concorrência com a criação de valor para os doentes (princípio considerado fundamental por M. Porter e E. Teisberg).


GESTÃO DE PROJECTOS

A gestão de projectos (GP) tem sido usada extensivamente nas indústrias da saúde. Na construção de unidades de saúde, em projectos de TI’s ou até para desenvolver novos medicamentos.
O Project Management Institute (PMI) reconheceu esta realidade ao criar um “Special Interest Group (SGI) for health care”.

Infelizmente, o conhecimento e as ferramentas da GP não têm tido tão grande aplicação na produção de serviços de saúde. Apesar dos serviços de saúde serem tecnicamente projectos, os modernos hospitais ou “fábricas de serviços de saúde” (3) têm tentado produzir serviços em massa, sem respeitarem as características únicas dos resultados que os doentes procuram.
A consequência desta atitude é o desperdício de recursos e a insatisfação dos clientes – os doentes sentem que os seus casos não recebem a atenção particular que merecem.

Uma excepção a este cenário é a abordagem que as companhias de seguros assumiram nos EUA para conduzirem os tratamentos das vítimas de acidentes. Nomeiam Case Managers para cada caso, para gerirem todos os recursos disponíveis e assegurarem os melhores resultados.

Uma vez que é possível demonstrar que os serviços de saúde são “projectos”, a adopção de uma produção por projectos, na saúde, tem um potencial fantástico para reduzir custos e melhorar a qualidade, em simultâneo; um resultado altamente desejável.

Para atingir esse objectivo, sugerimos:

1.    A formação e certificação de Case Managers, na UE
2.    Apoios à inovação na produção

Formação e certificação de Case Managers:
A efectuar através da rede de ensino superior europeia. O chamado Case Management pode criar empregos, enquanto poupa recursos.

Apoios à inovação na produção de serviços de saúde:
Apoios a fundo perdido a conceder à entidades prestadoras de serviços de saúde que sejam pioneiras na adopção da produção por projectos.


PROTECÇÃO AMBIENTAL

A decade ago, the EEA and others first drew attention to the environmental impact of pharmaceuticals. Since then awareness has increased and research projects funded by the EU and others have expanded understanding of the use, exposure, fate, accumulation and impacts of pharmaceuticals in the environment (5).

We now understand better the potential eco-toxicity of many pharmaceuticals and mixtures of medicines that enter the environment during their production, consumption and disposal, albeit in very small quantities. In addition, it's apparent that per capita consumption of medicines is increasing, monitoring and controlling pharmaceuticals' entry into the environment is difficult, and some wastewater treatment techniques have shortcomings.
The situation is likely to deteriorate further as ageing populations demand ever more medicines, and persistent or bioaccumulative compounds build up. This is despite the reduced environmental impacts to be expected from more personalised medicine and biopharmaceutical advances (5).
Os resultados da investigação da EEA (Agência Europeia do Ambiente) indicam claramente que os medicamentos devem ser usados com moderação, pelo ambiente e pela saúde das pessoas. Um ambiente limpo é essencial para uma boa saúde.

Os medicamentos também devem ser usados com moderação porque têm efeitos adversos perigosos e interacções prejudiciais.
A polimedicação, definida como a toma de cinco ou mais medicamentos, está associada a um elevado número de complicações que determinam internamentos de urgência. Estima-se que, nos EUA, estas complicações da polimedicação custem mais US$ 136 biliões/ ano (2007) – aproximadamente US$ 450.00/ per capita/ por ano.

Felizmente, este problema pode ser melhorado com medidas políticas correctas.

1.    Mais e melhor informação
2.    Aconselhamento farmacoterapêutico

Informação:
Sugerimos o desenvolvimento de um portal (internet) europeu com informação detalhada sobre todos os medicamentos à venda na UE, com pesquisa e alertas para a interacção medicamentosa. Este site disponibilizaria aconselhamento gratuito.

Aconselhamento farmacoterapêutico:
Sugerimos a formação e a certificação de Consultores Farmacêuticos, para revisão e auditoria do consumo de medicamentos, assim como apoio a médicos e farmacêuticos. A actividades dos Consultores Farmacêuticos tem um enorme potencial para reduzir o número de complicações da polimedicação e diminuir a sobrecarga de medicamentos no meio ambiente.


REFERÊNCIAS


1.    Christensen CM, Grossman JH, Hwang J: The Innovators Prescription – A Disruptive Solution for Health Care. McGraw-Hill, 2009
2.    Porter M, Teisberg EO: Redefining Health Care: Creating Value-Based Competition on Results. Harvard Business Press, 2006
3.    Herzlinger, RE: Consumer-Driven Health Care – Implications for Providers, Payers and Policy-Makers. San Francisco. Jossey Bass Wiley, 2004
4.    Couto J: Project management can help to reduce costs and improve quality in health care services. JECP, 2008, 14:48-52
5.    EEA Technical report: Pharmaceuticals in the environment, Nº1 /2010
6.    Stern M: Case Studies in Geriatric Emergencies – Polypharmacy. Emerg Med 39 (6):10, 2007