SAÚDE
FAIR COST
Qualidade
& Acessível
SEIS MEDIDAS SIMPLES PARA UMA
SAÚDE
FAIR COST
1.
Menos barreiras à entrada de
novas empresas nas indústrias da saúde
2.
Concorrência baseada na criação
de valor
3.
Gestão de casos clínicos – Case
Management
4.
Gestão de Projectos
5.
Consciencialização do impacto
ambiental dos medicamentos e dos perigos da polimedicação
6.
Aconselhamento
farmacoterapêutico
SAÚDE FAIR COST
Os europeus exigem acesso
universal aos serviços de saúde e consideram esta protecção um direito humano.
O aumento dos custos e as limitações orçamentais, contudo, ameaçam este
verdadeiro SONHO EUROPEU.
A “sustentabilidade” tornou-se
numa palavra mágica, na UE e nos EUA, mas sem mudanças radicais pode ser impossível
de alcançar.
A iniciativa SAÚDE FAIR COST é
um projecto para baixar os custos da saúde, na Europa, ao mesmo tempo que se
garantem os mais elevados padrões de qualidade. Baseia-se na INOVAÇÃO, na
GESTÃO DE PROJECTOS e na PROTECÇÃO AMBIENTAL.
INOVAÇÃO
O sector da saúde é altamente
inovador. As novas tecnologias, porém, têm aumentado os custos globais em vez
de os reduzirem (1). Este fenómeno pode estar a ocorrer porque as novas
tecnologias introduzidas na saúde se têm dirigido a manter o actual sistema e
não a “disrompê-lo”.
As inovações “disruptivas” (1)
são inovações que simplificam e diminuem os custos . A iniciativa SAÚDE FAIR
COST foca-se apenas neste último tipo de inovações.
GESTÃO DE PROJECTOS
Os serviços de saúde são
projectos. Devido às suas características únicas, os serviços de saúde não
podem ser produzidos, com eficácia, nem em massa nem em lotes. Têm de ser
produzidos como projectos (2). A adopção da produção por projectos, na saúde,
por corresponder à natureza dos serviços que os doentes procuram, tem um
potencial enorme para diminuir os custos e melhorar a qualidade do “output”. A
adopção da produção por projectos constitui uma inovação disruptiva.
PROTECÇÃO AMBIENTAL
Uma vida saudável depende de um
ambiente saudável. Infelizmente, o excesso de consumo de medicamentos está a
prejudicar o ambiente e a contribuir para a uma escalada desnecessária dos
custos com a saúde. Uma monitorização mais perfeita do consumo de medicamentos,
na UE, seria uma atitude ecologicamente responsável, que melhoraria a qualidade
de vida e diminuiria custos.
INOVAÇÃO
As inovações disruptivas, as que
rompem com o status quo, raramente
surgem dentro das organização que já estão estabelecidas. As organizações
estabelecidas tendem a repelir as tecnologias e os modelos de negócio que não
se encaixam no seu ADN. Isto é especialmente verdade nas organizações maiores e
mais centralizadas, o paradigma predominante na saúde.
O
Full Cost não inventou o Low Cost. Foi o Low Cost que “disrompeu”
os produtos e serviços do Full Cost. Nesta medida, é muito pouco provável que
inovações disruptivas, com potencial para reduzirem significativamente os
custos da saúde, surjam no contexto actual. É necessário criarmos oportunidades
competitivas para novas empresas, públicas e privadas. Oportunidades para
fornecerem produtos e serviços de saúde de elevada qualidade a mais baixo
custo. Serviços que não sacrifiquem o conforto (Low Cost), mas que reduzam os
custos através da inovação (Fair cost).
Estamos na altura certa para
extrairmos todo o enorme potencial da inovação, por três razões fundamentais:
1.
A medicina está a tornar-se mais
precisa
2.
As tecnologias da informação
evoluíram
3.
A gestão registou avanços
significativos
Novas entidades (empresas ou
quaisquer outras organizações) que aproveitem destes avanços podem desenvolver
ofertas revolucionárias que abram caminho à SAÚDE FAIR COST.
Políticas que facilitem o
aparecimento destas entidades podem baixar os custos da saúde. Medidas
importantes incluiriam:
1.
Eliminação de barreiras à
entrada
2.
Concorrência baseada na criação
de valor
Eliminação
de barreiras:
Sugerimos a abolição de todos os
custos administrativos com licenças,
agências de regulação, associações profissionais, alvarás, etc., para
novas empresas de saúde, na UE, por um período de três anos.
Concorrência
baseada na criação de valor:
Sugerimos a obrigatoriedade de
publicar e divulgar os resultados obtidos pelos prestadores de cuidados de
saúde, na UE, para realinhar a concorrência com a criação de valor para os
doentes (princípio considerado fundamental por M. Porter e E. Teisberg).
GESTÃO
DE PROJECTOS
A gestão de projectos (GP) tem
sido usada extensivamente nas indústrias da saúde. Na construção de unidades de
saúde, em projectos de TI’s ou até para desenvolver novos medicamentos.
O Project Management Institute
(PMI) reconheceu esta realidade ao criar um “Special Interest Group (SGI) for
health care”.
Infelizmente, o conhecimento e
as ferramentas da GP não têm tido tão grande aplicação na produção de serviços
de saúde. Apesar dos serviços de saúde serem tecnicamente projectos, os
modernos hospitais ou “fábricas de serviços de saúde” (3) têm tentado produzir
serviços em massa, sem respeitarem as características únicas dos resultados que
os doentes procuram.
A consequência desta atitude é o
desperdício de recursos e a insatisfação dos clientes – os doentes sentem que
os seus casos não recebem a atenção particular que merecem.
Uma excepção a este cenário é a
abordagem que as companhias de seguros assumiram nos EUA para conduzirem os
tratamentos das vítimas de acidentes. Nomeiam Case Managers para cada caso,
para gerirem todos os recursos disponíveis e assegurarem os melhores
resultados.
Uma vez que é possível
demonstrar que os serviços de saúde são “projectos”, a adopção de uma produção
por projectos, na saúde, tem um potencial fantástico para reduzir custos e
melhorar a qualidade, em simultâneo; um resultado altamente desejável.
Para atingir esse objectivo,
sugerimos:
1.
A formação e certificação de
Case Managers, na UE
2.
Apoios à inovação na produção
Formação
e certificação de Case Managers:
A efectuar através da rede de
ensino superior europeia. O chamado Case Management pode criar empregos,
enquanto poupa recursos.
Apoios
à inovação na produção de serviços de saúde:
Apoios a fundo perdido a
conceder à entidades prestadoras de serviços de saúde que sejam pioneiras na
adopção da produção por projectos.
PROTECÇÃO
AMBIENTAL
A decade ago, the EEA and others
first drew attention to the environmental impact of pharmaceuticals. Since then
awareness has increased and research projects funded by the EU and others have
expanded understanding of the use, exposure, fate, accumulation and impacts of
pharmaceuticals in the environment (5).
We now understand better the
potential eco-toxicity of many pharmaceuticals and mixtures of medicines that
enter the environment during their production, consumption and disposal, albeit
in very small quantities. In addition, it's apparent that per capita consumption
of medicines is increasing, monitoring and controlling pharmaceuticals' entry
into the environment is difficult, and some wastewater treatment techniques
have shortcomings.
The situation is likely to
deteriorate further as ageing populations demand ever more medicines, and
persistent or bioaccumulative compounds build up.
This is despite the reduced environmental impacts to be expected from more
personalised medicine and biopharmaceutical advances (5).
Os resultados da investigação da
EEA (Agência Europeia do Ambiente) indicam claramente que os medicamentos devem
ser usados com moderação, pelo ambiente e pela saúde das pessoas. Um ambiente
limpo é essencial para uma boa saúde.
Os medicamentos também devem ser
usados com moderação porque têm efeitos adversos perigosos e interacções
prejudiciais.
A polimedicação, definida como a toma de cinco ou mais medicamentos,
está associada a um elevado número de complicações que determinam internamentos
de urgência. Estima-se que, nos EUA, estas complicações da polimedicação custem
mais US$ 136 biliões/ ano (2007) – aproximadamente US$ 450.00/ per capita/ por
ano.
Felizmente, este problema pode
ser melhorado com medidas políticas correctas.
1.
Mais e melhor informação
2.
Aconselhamento
farmacoterapêutico
Informação:
Sugerimos o desenvolvimento de
um portal (internet) europeu com informação detalhada sobre todos os
medicamentos à venda na UE, com pesquisa e alertas para a interacção
medicamentosa. Este site disponibilizaria aconselhamento gratuito.
Aconselhamento
farmacoterapêutico:
Sugerimos a formação e a
certificação de Consultores
Farmacêuticos, para revisão e auditoria do consumo de medicamentos, assim
como apoio a médicos e farmacêuticos. A actividades dos Consultores
Farmacêuticos tem um enorme potencial para reduzir o número de complicações da
polimedicação e diminuir a sobrecarga de medicamentos no meio ambiente.
REFERÊNCIAS
1.
Christensen CM, Grossman
JH, Hwang J: The Innovators Prescription
– A Disruptive Solution for Health Care. McGraw-Hill, 2009
2.
Porter M, Teisberg EO: Redefining Health Care: Creating
Value-Based Competition on Results. Harvard Business Press, 2006
3.
Herzlinger, RE: Consumer-Driven Health Care – Implications
for Providers, Payers and Policy-Makers. San Francisco. Jossey Bass Wiley,
2004
4.
Couto J: Project
management can help to reduce costs and improve quality in health care services. JECP, 2008, 14:48-52
5.
EEA Technical report: Pharmaceuticals in the environment, Nº1
/2010
6.
Stern M: Case Studies in Geriatric Emergencies –
Polypharmacy. Emerg Med 39 (6):10, 2007